quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Bike levada a sério



Quem me mandou essa foto foi a Gabi Strelkow, amiga de longuíssima data que tive o prazer de reencontrar graças à internet.

Gabi é fotógrafa (entre outras coisas) e há sete anos mora na cidade de Malmö, no sul da Suécia.

Este é o bicicletário que fica a algumas quadras da casa dela, ao lado da estação de trem que interliga toda a cidade. Não tinha muito espaço nas áreas já urbanizadas, então eles construíram uma estrutura suspensa sobre o rio.

Gabi me contou que algumas pessoas deixam a bike nesse local para tomar o trem, andar apenas uma estação e chegar ao trabalho.

Os trajetos não são muito demorados e os horários obedecidos à risca.

A imagem sintetiza para mim o que significa de fato incentivar o transporte público e o uso da bicicleta em uma cidade.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Bike Anjo, uma excelente idéia

Sempre afirmei aqui que mudar de meio de transporte (do carro para a bike) não deveria ser, necessariamente, uma mudança muito radical em nossas vidas. Banhos na pia do escritório, o fato de ter de carregar mudas de roupas e etc... são fatores que afastam as pessoas das magrelas. A bike elétrica resolve alguns desses problemas, mas não pode fazer nada quanto ao maior de todos eles: a selvageria do trânsito na cidade. Eis que surge uma iniciativa MUITO LEGAL para quem ainda está criando coragem para se aventurar em duas rodas São Paulo à fora: o Bike Anjo.

Tirei do Estadão:

Felipe Oda


Andar de bicicleta pelas ruas de São Paulo pode ser uma aventura perigosa para os ciclistas novatos - principalmente para os que querem adotá-la como um meio de transporte. Mas pessoas com pouca ou nenhuma intimidade com o pedal não precisam arriscar-se no trânsito: um grupo de ciclistas experientes criou o "serviço" de "bike anjos".
Eles ensinam manutenção básica e medidas de segurança no trânsito, traçam roteiros e acompanham os menos experientes nas primeiras pedaladas. E o melhor: não cobram pela aula.
"É feito totalmente na camaradagem. Parece clichê, mas o que nos move é a vontade de fazer uma cidade melhor", afirma o "bike anjo" Carlos Aranha, de 29 anos. "O objetivo é tirar mais um carro das ruas", completa o publicitário.
Deixar o carro na garagem durante a semana e assim evitar os congestionamentos motivou Tatiana Silva Capitanio, de 24, a andar de bicicleta. "Queria vir de bike para o trabalho, mas sempre tive muito medo de pedalar no trânsito", diz a publicitária. "Foi quando conheci o Carlos (Aranha). Começar com um "bike anjo" faz toda a diferença", afirma Tatiana, que há sete meses percorre de bicicleta os 4,5 quilômetros entre sua casa, no Planalto Paulista, região central, até o trabalho, no Itaim-Bibi, zona sul. Nas primeiras saídas, a publicitária era escoltada por Aranha. "Vou na porta da pessoa, checamos os equipamentos, conversamos sobre o caminho e a segurança. Quando vamos para a rua, a pessoa não se assustará tanto", diz Aranha.
O acompanhamento de um ciclista experiente também foi fundamental para a gestora ambiental Cristiane Brosso de Azevedo Melo, de 23 anos, começar a pedalar. "Comecei a procurar dicas na internet e encontrei o JP (João Paulo Amaral, de 24)."
Após uma troca de e-mails, os ciclistas combinaram uma "aula". "Todo mundo já passou pela situação de ser o novato. Comecei como "bike anjo" porque alguns amigos me pediam para ajudá-los. Mas hoje ensino qualquer um", afirma Amaral, que há dois anos adotou a bicicleta como meio de transporte. "Quando o ciclista entende que as leis de trânsito foram pensadas também para a bicicleta, ele se sente mais confiante", diz Aranha. A falta de condicionamento físico não é barreira. "Quando a pessoa é sedentária, nós evitamos subidas na hora de traçar a rota."
Internet. Os chamados de ajuda para os "bike anjos" podem ser feitos pela internet. "Andar de bicicleta altera a relação da pessoa com a cidade", afirma Amaral, que só em 2010 calcula ter "formado" 30 ciclistas.
Os "bike anjos" podem ser encontrados pelo site bikeanjo.wordpress.com ou no Twitter @bikeanjo. Na página da internet, há uma ferramenta que oferece um cadastro aos interessados em pedalar. Basta preencher um formulário com finalidade da ajuda, nome, idade e contatos. Depois do cadastro, a ficha é enviada para uma lista de ciclistas que poderão orientá-lo.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

E-Bike à água



Encontrei essa bike no site da Wired, a melhor revista de tecnologia do mundo.

Ela é movida á água! Ou quase...

Na verdade, a bike é um showcase de uma companhia americana de células de hidrogênio que inventou uma maneira mais eficiente de gerar eletricidade a partir desse tipo de dispositivo.

O sistema usa Silicato de Sódio em pó, substância que gera hidrogênio em reação com a água.

A energia elétrica obtida pelo sistema movimenta o motor por incríveis 60 milhas (96,5 quilômetros), a maior autonomia que eu já vi até hoje, embora a matéria da Wired não traga informações sobre o peso do conjunto, o que aparentemente, deve ser considerável.

A energia excedente é armazenada em baterias para momentos em que o sistema precisa de mais força, como nas subidas.

O mais incrível é que os inventores estão desenvolvendo pastilhas de Silicato de Sódio que o usuário pode carregar consigo cada vez que a substância acaba. A água fica por conta do cilcista encontrar, mas esse não deve ser um grande problema.

A e-bike à água é o sistema mais revolucionário que eu já vi desde que comecei o blog.

Obviamente, esse protótipo, montado sobre uma Pedego praieira, ainda demorará muito para ser adaptado em bikes de uso comercial. As aplicações mais imediatas são para carros de grande porte.

Mas esse é um exemplo de que a brincadeira está apenas começando. As novidades serão muitas e promissoras!!!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Java, a bike elétrica nacional



O Ricardo De Féo, dono da General Wings me escreveu para mostrar essa reportagem que foi feita com a Java, a e-bike nacional.

Achei muito legal e compratilho aqui no blog.

Preciso ir até a loja para testar a bichinha, já que a única vez que tive contato com ela foi na Bike ExpoBrasil e não dava para andar com ela pelos corredores.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Yikebike é bike???



O Evaldo DellOmo, leitor assíduo no Luis Nassif, me liga hoje para dizer que o jornalista econômico havia escrito um post sobre bikes elétricas.

Chego em casa e vejo que o Nassif replicava uma nota de um jornal da Paraíba dando conta que a YikeBike iria começar a ser vendida nos Estados Unidos pelo módico preço de U$ 3,6 mil.

Achei legal e não tenho dúvida que será um sucesso de mercado.

Mas... Na modesta opinião desse blogueiro que vos fala, isso não é e-bike!!!

Ela sequer tem a possibilidade do "ciclista" pedalar!!!

Como já tinha discutido neste post, que contem inclusive uma foto da YikeBike, e-bikes, para mim, são veículos capazes de manter as características de uma bike comum, apesar do advento do motor.

As e-bikes mudam a performance do ciclista, não do veículo. A experiência de dirigir uma bicicleta elétrica não se difere muito da obtida com uma bike comum.

Outros veículos elétricos, como é o caso da Yike, oferecem uma espécie de terceira via para os usuários que querem fugir do trânsito e adotar uma atitude mais consciente.

É uma tendência na indústria automotiva. Outras tentativas como o Segway, ou o Taurus já haviam sido feitas. A Yike, me parece a mais nova delas.

Nada contra, nada mesmo!!!

Tudo é válido para fugir do trânsito e poluir menos, mas tenho dúvidas quanto ao desempenho desse brinquedinho em cidades como São Paulo, com muitas ladeiras e asfalto em estado lamentável.

Dúvidas que não me afligiram em nenhum momento quando pensava em comprar uma bike elétrica de verdade justamente porque sei como é andar de bike convencional pela nossa caótica metrópole.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A e-bike mais leve do mundo



A Cytronex é uma empresa inglesa que se orgulha de ter construído o que eles garantem ser a bicicleta elétrica mais leve do mundo.

No vídeo acima a gente vê uma reportagem que foi feita para o programa Gadget Show da TV britânica Channel 5.

Montada sobre o chassi de uma Cannondale estradeira, essa e-bike pesa apenas 14 quilos.

É o mesmo peso da maioria das bikes comuns, um feito e tanto.

Mas as inovações do sistema da Cytronex não terminam aí.

O acionamento do motor não é o mesmo da maioria das e-bikes, que usam o acelerador (como uma moto) ou acionamento pela demanda da pedalada.

A Cytronex diz que o primeiro é incômodo para o ciclista (o que eu concordo) e o segundo não é preciso porque o sistema nunca sabe exatamente quando o ciclista necessita de uma força extra dada pelo motor (o que também é verdade).

Assim sendo, a empresa criou um botão do tipo "booster" acionado pelo ciclista toda vez que ele precisa de um empurrãozinho. Um outro botão regula a intensidade do "boost".

Além de tudo isso, os fios ficam escamoteados no quadro e a bateria é disfarçada em um tanque que parece uma garrafinha de água.

A Cytronex diz que é para ninguém saber que você está dirigindo uma e-bike, o que eu acho ser uma tremenda besteira.

Do jeito que foi montada, essa bike parece feita apenas para trapacear nas corridas profissionais.

Mas o ponto central aqui é realmente o peso, resultado que só foi conseguido a partir da tecnologia de materiais mais leves de uma marca especialista em fazer bikes profissionais.

Eu não me imagino dirigindo uma dessas bikes pela cidade.

Para o meu tipo de uso, que acredito ser o mesmo da maioria das pessoas que pensam em comprar uma e-bike, preciso de um modelo urbano, equipado com paralamas, protetor de corrente, bagageiro, luzes e etc...

Ainda aguardo melhorias tecnológicas capaz de fazer uma bike commuter com esse mesmo peso.

Mas uma coisa me parece certa: ela não virá das fabriquetas de fundo de quintal que imperam no ramos das e-bikes, por enquanto.

Infelizmente!

Bikes elétricas crescem na Europa em plena crise!!!

Dica da Daia Mistieri que pegou do Onde Pedalar

Bicicletas elétricas agora são o carro chefe das lojas de Amsterdã. Nos primeiro semestre de 2010, as elétricas superaram todos os outros segmentos em termos de valores. As vendas totalizaram 37,6 % do volume em dinheiro do setor.

Segundo a GfK Benelux, que fez a pesquisa encomendada pela associação de bicicletarias, as e-bikes registraram um aumento de vendas de 1,3% em unidades em relação a 2009. Todos os outros tipos de modelo tiveram redução de vendas.

Há hoje no mercado holandês 323 modelos de bikes elétricas de um total de 28 marcas diferentes. Quanto ao público, apenas 7,7 % da população tem uma bicicleta elétrica. O que faz os comerciantes rirem a toa, pois ainda há um grande mercado a explorar já que praticamente todo o holandês anda de bike.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Indo para as cabeças



Já que o Fábio, do Bikes Elétricas Brasil, resolveu fazer um post endereçado a mim com uma super e-bike alemã, retribuo a gentileza para mostrar a bike conceito da Cannondale.

A marca, super consagrada na fabricação de magrelas de estrada e montanha, se arrisca agora na construção de eletroassistidas, com este modelo apresentado na Eurobike 2010.

Pelo que eu pude apurar, ela tem quadro de carbono, é equipada com um bateria da Toshiba de 24 volts super leve(2 kgs) e deve custar por volta de 3 mil dólares no mercado americano. No vídeo, a gente vê que a bateria foi alocada abaixo do canote e alimenta luzes de led traseiras e dianteiras, além de um computador de bordo.

Quem me deu a dica foi o José Leça, um amigo de infância que começou a andar de bike quando a gente ainda era garoto e hoje se dedica, nas horas vagas, à corrida de aventura.

Só para se ter uma idéia, o cara foi um dos primeiros membros dos Night Bikers, organizado pela Renata Falzoni.

Fã de Mountain Bike, Zezinho, como é conhecido entre os mais chegados, acabou de voltar dos Estados Unidos com uma Cannondale de apenas 8 kgs na bagagem, depois de completar a maratona de Nova Iorque e pedalar (com o brinquedinho novo) pelo Everglades.

A entrada de uma das mais conceituadas marcas de bicicleta entre os fabricantes de e-bikes é mais um indício desssa tendência mundial que tento retratar aqui nesse blog.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Smart ebike



Essa belezinha aí em cima é o mais novo lançamento da Smart, a subsidiária da Mercedes Benz que há alguns anos lançou o carrinho mais simpático e econômico da Europa, dentro de um novo conceito de mobilidade urbana.

Agora, a companhia aposta nas e-bikes como uma forma cada vez mais eficiente e ecológica para as pessoas se locomoverem nas grandes cidades.

O legal é que eles fizeram o lançamento no SALÃO DO AUTOMÓVEL de Los Angeles, o templo do carro nos EUA. 

O quadro é de alumínio, o motor tem 250 watts sem escovas e é movido graças a uma bateria de lítio de 36 volts.

Eu fico bem contente porque essa é justamente a configuração da minha bike, embora ela seja chinesa e não tenha o mesmo design bacanudo da Smart. A diferença, além da beleza, está no peso: a minha pesa 25 quilos, a versão européia 21 quilos.

É para encontrar soluções como essa que eles têm engenheiros e designers ganhando muito dinheiro. Depois eles repassam isso para o consumidor por meio de um objeto de desejo cheio de chinfra, custando osóiodacara.

Um dia, eu compro uma, mas, até lá, fico com a minha chinoise que, modéstia às favas, até que é charmosinha.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Vá de galinha!!!

Eu bem que estava devendo um post que mostrasse um pouco melhor o rendimento da bike elétrica em meu dia a dia, mas me faltava um equipamento essencial para isso: o computador de bordo.

Neste fim de semana, eu finalmente comprei o brinquedinho e pude constatar com números aquilo que a minha percepção geral já demonstrava.

No caminho da minha casa até o trabalho, um trajeto de 5,3 quilômetros, eu demorei impressionantes 11 minutos. A velcidade máxima registrada foi de 42,9 km/h e a velocidade média foi de 29 km/h. Na volta, por enfrentar uma subida considerável, o tempo aumentou para 14 minutos.

De carro, nem mesmo fora do horário de pico eu conseguiria um desempenho como esse por conta das paradas nos semáforos e pelo caminho, mais longo – com a bike, deixo de dar uma voltona graças à uma simples atravessada com a bike numa faixa de pedestres.

É um desepenho e tanto, principalmente se a gente considerar que a velocidade média em São Paulo no horário de pico é de 15 km/h, apenas 1 a mais que a velocidade atingida por uma galinha.

Tal constatação fez a SOS Mata Atlântica lançar um manifesto divertido pela internet convocando as pessoas para "irem de galinha" pelo trânsito da cidade. Na verdade é um abaixo assinado em que os paulistanos podem manifestar sua indignação com a morosidade do tráfego por meio de uma foto engraçada com fantasia virtual de galinha na internet.

Eu já postei a minha.

Por falar em galinha, ela será também o tema de um Flash Mob do pessoal da Pegada Berrini na quinta feira às 18h30. Devo ir para lá de bike elétrica.

Tudo para pedir um pouco mais de mobilidade na nossa cidade.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Cycle Chic



Esse aí sou eu indo para o trabalho.

A bolsa a tiracolo e a calça azul marinho dão um certo ar de "carteiro", mas, modéstia à parte, até que eu tô elegante.

Tirando o capacete e a luva que destoam do resto da vestimenta, dava para mandar a foto para os sites de Cycle Chic.

Para quem não conhece, existe todo um movimento na web de pessoas posando com suas bikes em roupas elegantes.

O original começou em Copenhagen e pode ser visto neste link. A divertida versão paulista está aqui.

Na Europa a moda pegou porque o frio faz mesmo a galera ficar melhor vestida. Se fosse no Rio de Janeiro, sobrariam fotos de pessoas andando de bike de chinelo e sem camisa.


Reconheço que existe um certo narcisismo em torno dessa galera que desfila com ares de editorial de moda de revista feminina, onde as bikes (principalmente as retrôs) sempre caíram bem e foram valorizadas.

Mas há também uma mensagem que tem a ver com o que eu venho falando no blog: não é preciso mudar radicalmente de vida para adotar a bicicleta como meio de transporte!!!

O Cycle Chic é mais um jeito divertido de fazer barulho em torno do tema.

Outra contribuição que o Cycle Chic promove para disseminar o uso da bike é a mensagem subliminar de que pedalar é mais "sofisticado" do que pegar o carro todos os dias.

Acho esse raciocínio incrível porque usa das mesmas artimanhas que o marketing da indústria automobilística se valeu durante décadas para vender carros que poluem e causam transtorno nas grandes cidades.

O status, o objeto de desejo das mulheres, a liberdade de rodar livre por paisagens belíssimas (por motivos óbvios, a propaganda nunca exibe os caros parados no trânsito) tem por trás o mesmo raciocínio do Cycle Chic: um estilo de vida bacana!

Só que agora, o legal é não poluir, ser engajado em questões sociais e ambientais, furar o trânsito...

Mas sem perder a elegância, jamais.

Pensando bem, esse post ficou pretensioso para caramba!!!

Antes que me acusem (mais uma vez) de viadagem, quero esclarecer que não mandei a foto para nenhum blog de Cycle Chic.

Perto do charme discreto dessa galera, ia ficar parecendo que eu estava entregando algum e-mail com meu jeitão de "carteiro da web".

E-bikes e o clima

Quem me deu a dica foi o José Antonio Ramalho, colega de profissão bem mais sério do que esse que vos fala.

Ele não perde tempo como eu em sites de commuters ou de empresas de e-bike de fundo de quintal.

O cara vai logo para as cabeças.

Especialista em tecnologia, fã de bicicleta, autor de um livro fantástico sobre roteiros de bike pelo mundo, o "Sete Roteiros de Aventuras", ele me mostrou o projeto da Copenhagen Wheel depois que o entrevistei para uma matéria sobre a evolução dos telefones celulares.

A idéia surgiu para a conferência do clima, a Cop 15. Se os países não chegaram a um acordo sobre como lidar com o aquecimento global, pelo menos puderam conhecer uma boa solução para diminuir o tráfego e a poluição nas grandes cidades.

O vídeo que segue mostra como a coisa funciona:



O grande Hub vermelho concentra um motor e um giroscópio capaz de armazenar a energia cinética criada pelas pedaladas, descidas e freadas. Assim, o ciclista pode usar essa energia extra em momentos que precisa de um empurrãozinho a mais no trajeto, como em uma subida, por exemplo.

Só isso já seria uma grande inovação, mas o Copenhagen Whell vai além. No Hub também há censores que medem a qualidade do ar, a concentração de dióxido de carbono, dióxido de enxofre, entre outros gases de efeito estufa que colaboram para o aquecimento global e fazem mal à saúde.

Todos esses dados são distrubuídos em mapas da cidade para que o ciclista saiba onde está a maior concentração de poluição e trace rotas alternativas.

Os caminhos podem ser compartilhados com outros usuários do projeto, que passam a fazer parte de uma comunidade virtual conectada pelas próprias bikes.

Tudo via smartphone.

É ou não é incrível???

O Ramalho me falou que pretende testar uma criancinha destas em uma de suas muitas viagens futuras.

Já estou morrendo de inveja. Pelo menos o convenci a escrever um relato para o Pedal Elétrico quando ele estiver por lá.

Aguardo ansiosamente.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Bicicletada elétrica

Escrevo este post com três dias de atraso porque a vida não tem me dado muito tempo livre para blogar, infelizmente.

Participei da última Bicicletada com a bike elétrica. Queria divulgar o blog e difundir o uso das e-bikes entre os cicloativistas.

O tema era "Bicicletada à fantasia". Fiz uma lâmpada de arame e prendi no capacete. A arte ficou bem meia boca, mas pude confeccionar um cartaz para colocar no capacete com o endereço do Pedal Elétrico, o que valeu o mico.

A única foto disponível é essa aqui, tirada pela minha mulher quando eu estava saindo de casa, rumo à Bicicletada. Pretendia levar a câmera, mas me organizei pra carregar a bateria da bike e esqueci de carregar a bateria da câmera!!!



Bom, a verdade era que eu estava me borrando de medo da bateria da bike acabar no meio do passeio  e eu passar vergonha tendo de pedalar loucamente para voltar para casa.

Como já disse em posts anteriores, bike elétrica é para ser usada com o motor (se não a coisa toda perde o sentido) e pedalar uma bike de 25 quilos durante um grande percurso, eu imaginava, não seria uma tarefa das mais edificantes.

Assim, me planejei para pedalar a maior parte do tempo no módulo auxiliar (veja post anterior sobre os modos de acionamento do motor), poupando a bateria. Pensei até em ir para a Paulista de metrô, mas fui dissuadido por um companheiro de pedal que foi comigo até a Bicicletada.

Me surpreendi muito, no entanto, ao perceber que é perfeitamente viável pedalar longos trechos com o motor desligado!!! Algo que não tiha percebido no meu dia a dia porque estou sempre atrasado, usando o motor para garantir uma velocidade considerável.

Como o ritmo da Bicicletada não passa muito dos dez quilômetros por hora e a galera não puxa muito a pedalada, ligava o motor na arrancada e logo passava o interruptor para a posição N (neutro), em que o motor é desligado. Mantinha, assim, a pedalada no ritmo das outras bikes.

O percurso todo fiz nessa toada, com exceção das subidas, quando usava o modo auxiliar (P no interruptor) em que o motor é acionado de acordo com as pedaladas.

Além da surpresa do desempenho da e-bike, me surpreendi também com a acolhida do pessoal da Bicicletada. Obviamente, não sobraram piadas com a bike "preguiçosa", mas muita gente veio tirar dúvidas sobre a bike elétrica, sempre no espírito da camaradagem que já tinha ficado explícito em outras Bicicletadas que frequentei com a bike comum.

Só uma coisa chata impediu que a noite fosse perfeita: quando estávamos na Avenida do Estado, em frente ao Gasômetro, houve um bate boca entre um dos muitos motoristas apressados que se irritam com o fato de ter de dividir o espaço da rua com ciclistas e alguns integrantes da Bicicletada. Já vi isso acontecer outras vezes, mas, neste caso, eu estava distraído conversando com um amigo. De repente, ele tentou sair para a direita e jogou o carro em cima de mim, batendo na minha bike e amassando completamente meu paralama traseiro.

 O episódio me fez recordar das piores experiências no trânsito e simbolizou tudo o que eu quero que acabe nessa cidade.

Ainda deu para desamassar o paralama e terminar a noite com um chopp na Prainha, ao lado de um amigo, na tentativa de esquecer o episódio. Não rolou! Mas fica a lição de que a mudança no trânsito só será possível se a gente civilizar também certos trogloditas que são capazes do jogar o carro para cima dos outros para ganhar cinco minutos em seus percursos de volta para casa.

Esse blog surgiu a partir da premissa de que a tecnologia pode ajudar a mudar o conceito de mobilidade urbana na cidade de São Paulo, mas a mudança maior, não resta dúvidas, depende de educação.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Estações de carregamento de e-bikes

A Kyocera, uma das maiores corporações japonesas, desenvolveu estações de energia solar para o carregamento de bateria de bikes elétricas. A idéia é oferecer ao mercado uma opção barata, eficiente e totalmente não poluidora para carregar a bike.


As estações também são ligadas à energia comum, para garantir o funcionamento em dias nublados e durante a noite. 

Eu achei a idéia incrível!!! 

Já sonho com uma dessas na Av Paulista.

sábado, 20 de novembro de 2010

A bike chegou - Dessa vez para valer

A bike voltou do Rio de Janeiro na quinta feira à tarde, mas eu resolvi demorar um pouquinho para contar como foi aqui no blog para saber se estava, de fato, tudo bem com ela.

Segundo o pessoal da Sodibike, o problema era num módulo que fica abaixo do pedivela, responsável pela intermediação entre os comandos de acerleração e breque, a bateria e o motor. Problema resolvido. A primeira coisa que fiz, antes mesmo de parafusar o guidão foi testar o motor. Rodou normalmente. UFA!!!

A Sodibike prestou um serviço satisfatório e rápido, principalmente se levarmos em consideração a distância com o Rio de Janeiro. Eles até mandaram um cadeado e um kit de ferramentas de presente, para se desculpar pelo problema. Muito legal.

Bike montada, vamos para a rua. Comecei acelerando o motor, testando a bike já na subida da rua Rifaina, onde moro. A bike não demorou a pegar velocidade. Ajudei com o pedal numa marcha intermediária (ela tem seis no total) e, em poucos segundos, já estava na Heitor Penteado.

Na avenida, passei para o modo auxiliar, em que o motor é acionado pelas pedaladas, mas, como estava numa descida, não percebi muita vantagem. Ao chegar em um trecho plano, ele se fez mais presente, impulsionando a bike de vez em quando. A gente sente esses impulsos, mas eles não se comparam à força obtida no modo manual.

A grande diferença eu senti quando tive que parar no primeiro semáforo. Geralmente, em uma bike comum, a gente demora a arrancar. Com a bike elétrica, você acelera e em poucos segundos o ritmo já é intenso. Isso faz toda a diferença porque o ciclista pedala quando a bike já está embalada. Isso permite pedalar quase que o tempo todo na marcha mais pesada, algo que seria impossível em uma bike comum, a não ser que você fosse o Lance Armstrong.

Fui até uma bureau gráfico imprimir em adesivos umas plaquinhas de ciclo ativismo e um desenho da Electra, a ninja de HQ, que pretendo colocar na bateria. Fui até a Pedroso de Moraes, quase esquina com a Rebouças. Não demorei mais que dez minutos para chegar. Menos do que quaquer carro que fizesse  o trajeto.

Na volta, resolvi pegar a Francisco Isoldi e a Borges de Barros, duas ladeiras tão íngremes e sinuosas que os moradores da Vila Madalena apelidaram o trecho formado por elas de "Serrinha".

Marcha mais leve, o motor foi que foi. Tive de pedalar, claro, mas subi a ladeirona em menos de um minuto. Se estivesse com uma bike normal seria impensável subir por esse trecho. Escolheria um caminho alternativo, mas mais comprido. No topo, ainda pude deixar o motor trabalhar sozinho para descansar um pouco as pernas.

Tava um calorão, então cheguei em casa um pouco suado.  Mas no primeiro passeio que fiz com a e-bike, me convenci de que a minha escolha foi correta.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Os modos de acionamento de motor

Enquanto tento resolver esse problema com a minha bicicleta, continuo publicando os posts sobre as propriedades das bicicletas elétricas. 

Em geral, uma e-bike tem dois jeitos de acionamento do motor: ligado e desligado. É simples assim.

Nos dois casos é sempre possível pedalar.

A maior parte do kits de adaptação funciona com um botão de on/off, já que é mais complicado instalar manetes do tipo motocicleta (que funcionam como um acelerador apresentando graduações da potência do motor).

As e-bikes que já vêm pronta costumam ser um pouco mais sofisitcadas e trazem o manete com acelerador.

Mas existe um terceiro sistema de acionamento do motor que se chama "auxílio de pedal".

Interruptor que aciona os modos do motor

Funciona assim: o motor é acionado pelas pedaladas, dando um ganho no desempenho do ciclista. É um sistema mais moderno que mescla, naturalmente a pedalada com o funcionamento do motor.

De acordo com os fabricantes, isso garante o melhor desempenho da bateria, já que o motor funciona de maneira constante.

Existem e-bikes que têm apenas esse modo de acionamento de motor.

A bike voltará para o Rio de Janeiro

Falei com o pessoal da Sodibike, empresa representante da Blitz no Brasil.

Eles foram solícitos e me pediram para enviar a bike de volta para o Rio de Janeiro, onde está a sede da empresa.

Aparentemente, eles não têm uma autorizada em São Paulo que possa resolver o problema, o que me deixou preocupado porque problemas futuros também podem surgir.

De qualquer forma, essa é a única opção que tenho, então... Aguardemos as cenas dos próximos capítulos!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Chegou a bike!!! Mas...

Era para ser um grande dia. 

Depois de uma longa espera e um dia de atraso em relação à data prevista, a minha bicicleta elétrica chegou. 

Eu estava tão ansioso, que passei a manhã inteira ligando para minha mulher para saber se a encomenda já estava em casa. Ela ficou até irritada comigo, mas me sentia como aos oito anos, quando ganhei minha Caloi Cross Extra, igual ao do Eliot, o personagem principal de E.T.!!!

Tive de ir para Santos, o que me rendeu uma jornada dupla de trabalho e, depois de dez horas me dedicando a uma reportagem sobre agricultura no Brasil, fui para casa louco para abrir a bike.

A foto abaixo mostra a alegria minha e dos meus dois filhos desembalando a magrela. 

. 

Bike montada, coloquei a bateria, que estava com carga máxima, e... NADA!!! 

Mudei o interruptor que determina a maneira do motor girar e... NADA!!!

Chequei as conexões dos fios e... NADA!!!

Chequei os fusíveis da bateria. Eles estavam aparentemente normais. Recoloquei a bateria e...NADA!!! 

Dá para imaginar a minha frustração? Puxa, eu estava tão contente com minha compra, depois de TRÊS meses de pesquisa, que até criei um blog sobre o assunto!!!

Já fazia planos para testes de ladeira, testes do motor, teste de desempenho da bateria, e só o que consegui foi testar, minimamente, a bicicleta em seu modo desligado. 

Os 25 quilos com a bateria instalada, numa voltinha de nada pela rua, não me pareceram tão absurdos. 

Mas o desapontamento era TÃO grande que eu recolhi minha bike e vim escrever esse post, triste da vida. 

A minha relação com a Blitz Galaxy começou com o pé esquerdo. A primeira coisa que eu vou testar será o serviço da garantia. Espero, sinceramente, que tenha boas impressões. 


domingo, 7 de novembro de 2010

Afinal, o que é um motor sem escovas?

Desde que comecei a pesquisar as e-bikes, uma questão me intrigava: como um motor que fica no eixo da roda pode impulsionar a bicicleta?

Ao ver um motor com esse funcionar, essa questão é ainda mais complicada. O motor gira junto com a roda, parecendo não haver um eixo fixo sobre o qual ele se apóia para fazer força e movimentar a bike.

Se você já viu um ventilador de teto trabalhar, você já sabe a resposta. Motores de bikes funcionam exatamente da mesma maneira, em alguns casos, são até adaptações dos ventiladores de teto.

Nos motores convencionais, o que se movimenta é o rotor, uma bobina de fios que cria um campo eletromagnético quando acionado pela bateria. Para criar um movimento circular, há dois imãs em polaridades opostas que cercam o rotor. Esses imãs ficam inertes na carcaça do motor.
A alternância entre os polos dos imãs faz o rotor girar. Mas como fazer para levar energia para o rotor sem enrolar os fios?
Escovas de um motor elétrico


Para conduzir a eletrecidade para o rotor, que se movimenta, existem as escovas. Elas ficam em permanente contato com o rotor e, com o tempo, acabam se desgastando. Por isso, dão mais manutenção.





Num motor sem escovas, o princípio é invertido. A bobina fica fixa e quem gira é são os imãs, presos na carcaça. Nas e-bikes, obviamente existe um eixo fixo (o cubo das rodas) onde estão presas as bobinas. Atados aos aros das rodas, estão os imãs. Assim as magrelas elétricas se movimentam.

Neste vídeo dá para ver um motor como este funcionar. O autor tentava adaptar um motor de ventilador em uma bike. Não sei se conseguiu, mas o princípio é correto e consagrado

sábado, 6 de novembro de 2010

Motor ou dínamo? As duas coisas!

Eu sinceramente acredito que o próximo passo tecnológico das e-bikes será colocar em prática uma coisa aparentemente óbvia: aproveitar a energia do ser humano para carregar a bateria.

Todo motor elétrico, se movimentado por uma força externa, gera energia, funciona também como dínamo. Então, a idéia seria alternar as duas funções: quando o ciclista está numa descida ou pedalando sem a ajuda do motor, ele acionaria o seu módulo "dínamo", carregando a bateria.  Nas situações em que o ciclista precisa de uma força extra, o motor reassume a sua função primária.

Isso pode diminuir consideravelmente o tamanho das baterias, o que significa menos peso para o ciclista e um aumento da autonomia do conjunto, uma vez que a bateria vai demorar bem mais para descarregar.

Esse tipo de tecnologia já é utilizada em carros híbridos que combinam motores elétricos e à combustão.

Isso ainda não foi adaptado em larga escala nas e-bikes porque exige a criação de um módulo eletrônico capaz de fazer essa leitura para o motor. Mas já começam a surgir protótipos com essa capacidade no mercado.

Eneloop da Sanyo


A Sanyo lançou a bike Eneloop (nome de suas baterias recarregáveis) que carrega a bateria nas descidas e nas freadas. Custa US$ 2.500,00 no site da marca e não há disponibilidade no Brasil.

Shimano Steps

Já a Shimano lançou o seu aguardado kit de conversão na Eurobike deste ano com essa propriedade.

O Steps é um caso à parte. Ele tenta trazer o máximo de eficiência para as bikes convencionais ao se realizar a conversão para bike elétrica.

Além do motor,  o equipamento vem com transmissão eletrônica de mudança de marchas, computador de bordo, luzes e um hub de oito marchas que substitui a catraca.

Quando eu vi esse sistema, confesso que fiquei balançado. Entrei em contato com o pessoal da Shimano no Brasil para ver se conseguiria importar uma unidade da Europa, já que não há data para ser comercializado em terras tupininquins.

Diante da negativa, fui conversar pessoalmente com os funcionários da marca na Bike Expobrasil. Eles me contaram que a Shimano ainda não está contente com o desempenho e o tamanho da bateria (essa baguetinha com o pisca adaptado na ponta).

O sistema deve passar por melhorias e chegar ao Brasil já em nova versão.

Quem gosta de bike elétrica aguarda com ansiedade.

Kits de conversão são uma boa?



Resposta curta e simples: SIM!

Kits de conversão para transformar bikes comuns em bikes elétricas são excelentes.

Isso porque eles são mais baratos, a tecnologia é bastante simples e qualquer pessoa pode fazer a adaptação em casa com  poucas ferramentas.

Se você comprar um kit de um motor sem escovas, ele já virá instalado na roda. O trabalho maior será tirar a roda antiga, enrolar os cabos na bike e acoplar o acelerador no manete. Este vídeo de um dos kits vendidos no Brasil mostra como isso leva poucos minutos.

Já os kits de motor com escovas darão um pouco mais de trabalho para adaptar o motor ao quadro e para fazer a instalação na catraca. 

A maioria dos kits traz bolsas para baterias, de forma que você pode adaptá-la no quadro da bicicleta, ou então no bagageiro (alguns kits fornecem o próprio bagageiro).

Mas ainda assim resta uma questão: "devo comprar um kit ou uma e-bike já montada?".

Em termos de desempenho você pode conseguir um peso menor do conjunto adaptando um kit em uma bike mais leve.

Por outro lado, uma bike elétrica pode carregar alguns acessórios que foram caindo em desuso nas bikes convencionais, mas que fazem diferença para se transitar com um pouco mais de conforto nas grande cidades. Estou falando principalmente de protetores de correntes, paralamas e bagageiros.

Se sua bike não tem tudo isso, instalá-los pode acabar resultando em gastos maiores e em uma configuração meio "frankenstein".

Eu optei por comprar uma e-bike já pronta por conta desses fatores. Também quis manter minha magrela convencional intacta para os meus passeios noturnos – sem ter o transtorno de trocar a roda a cada vez que saísse com ela.

Mas se essas questões são secundárias para você, os kits são sim uma excelente opção.  

Motores e baterias para e-bike

Considero o motor o coração e a bateria o pulmão da e-bike. Portanto,  eles merecem 90% da atenção de quem está pensando em adquirir uma bicicleta elétrica. Aqui seguem algumas dicas para quem está pesquisando o assunto.

Motores

Motor sem escovas instalado na roda
Existem dois tipos de motor elétrico: com ou sem escovas.


Motores sem escovas são instalados no cubo das rodas (pode ser na dianteira, ou traseira) e giram junto com o eixo, impulsionando a bicicleta. São mais modernos, mas não permitem manutenção. Se ele quebrar, a solução será trocá-lo por um novo.


Motor com escovas instalado fora das rodas
Já os motores com escovas são instalados fora da roda, o que obriga a ter um sistema independente de transmissão ligado às engrenagens da catraca. O motor com escovas permite manutenção, mas há quem diga que ele também quebra mais.


Outra questão central em relação ao motor é a potência. A maioria das e-bikes tem motor que oscila entre 250 e 350 watts, a mesma potência de um ventilador de teto, ou de um liquidificador. Quanto maior a potência, mais força de tração, menos esforço para o ciclista. Existem bikes com motores de até 1000 watts. Em teoria, eles seriam ótimos, mas são mais pesados e exigem mais da bateria, diminuindo consideravelmente a autonomia e aumentando em demasia o peso das bicicletas.

Escrevi sobre a equação das e-bikes aqui neste post.

Portanto, é preciso ficar atento, já que um motor potente, nem sempre vai garantir o melhor desempenho de uma bike elétrica.

Ao adaptar o motor em uma bicicleta, na maioria das vezes, ele trava um pouco a roda, impedindo-a de girar livremente como nas bikes convencionais. Isso pode diminuir um pouco a performance do ciclista quando se pedala com o motor desligado. Mas, como já escrevi antes, bike elétrica foi feita para ser pedalada com auxílio do motor e não sem ele. Começam a surgir no mercado motores sem escovas que são "orientados", ou seja, permitem que a roda gire livremente quando impulsionadas para frente.

Baterias  

Ao contrário dos motores, há muitos tipos de bateria no mercado. A principal variação é de material, o que acaba também implicando em variações mais significativas para uma bike elétrica tais como peso, tempo de carga, preço e autonomia, entre outros.

Bateria de Chumbo
Bateria de Lítio
As baterias mais comuns no mercado são de placas de chumbo, com gel, semelhantes às usadas em carros e motos, com a diferença de serem menores. Mas como o chumbo é muito pesado, essas baterias, em geral, acrescentam muito peso às bicicletas. A vida útil também não é das maiores. Em média, essas baterias aguentam 600 ciclos de recarga, ou seja, pouco menos de dois anos, se elas forem recarregadas todo dia. Em compensação, baterias de chumbo são mais baratas e, como foram largamente utilizadas, têm um sistema próprio de descarte que garante a reutilização do chumbo, impedindo que o metal seja depositado em aterros sanitários, contaminando o solo.

As baterias mais modernas são as de Lítio-ion.  Mais leves,  com ciclo de vida de até duas mil recargas, essas baterias têm apresentado resultados melhores nas e-bikes. A grande desvantagem é o preço. Elas são até três vezes mais caras que as de chumbo, impactando consideravelmente no preço final da bicicleta ou do kit de adaptação. 

Leve em consideração todos esses aspectos antes de decidir a compra de sua e-bike. Testes, quando podem ser feitos, geralmente se dão dentro das próprias lojas, ou então em espaços muito restritos, de forma que não dá para se ter noção total do desempenho da bicicleta. A solução é perguntar muito e fazer conta.

Bike elétrica é bike? (2)

No post anterior, falei sobre os aspectos técnicos que diferenciam uma bike elétrica de uma bike comum. Em parte, eles são responsáveis pela resistência que existe entre os cicloativistas com as e-bikes.  Mas existe um outro fator que remete à polêmica colocada no título deste post: preconceito.

Quem adota a magrela como meio de transporte costuma se orgulhar disso. Afinal, a escolha representa uma opção mais saudável de vida em todos os aspectos. Bike não polui, aprimora o condicionamento físico, ocupa menos espaço nas ruas e funciona como uma espeécie de "cola"social, na medida em que os ciclistas passam a fazer parte de um grupo seleto de convertidos a uma causa comum.

Nada de errado com isso. Nada mesmo. Eu também, quando vendi meu carro e passei a usar o transporte público, comecei a sentir orgulho de mim mesmo, alardeando minha escolha em todas as rodas de amigos. Quanto mais as pessoas me olhavam com cara estranha, mais eu estufava me peito e alimentava a certeza de que ia pelo caminho certo.

Quando comentei com meus amigos ciclistas que queria comprar uma bike elétrica, o que eu mais ouvi foi: "isso não é bicicleta! É uma moto disfarçada e ruim!!!". A argumentação seguia com exemplos da capacidade adquirida de pedalar dezenas de quilômetros por dia sem se cansar e os benefícios já listados acima que isso traz.

Benefícios incontestáveis, admito, mas o que me incomoda é a mensagem subliminar (forma mais comum de manifestação de preconceito) de que se você comprar uma bike elétrica você está tentando entrar para o clube de uma maneira "corrompida". Algo do tipo: "você não é ciclista de verdade, afinal de contas o motor está te ajudando!!!". Você não pode bater no peito e dizer "eu pedalo 35 quilômetros todos os dias!!!"

Ora, eu posso bater no peito e dizer: "um carro a menos" e isso me parece ser mais importante do que me gabar da minha capacidade aeróbica.

Como já disse no Post Inaugural desse blog, minha escolha pela e-bike está relacionada ao fato de mudar de meio de transporte, sem ter de mudar radicalmente a minha vida (com banhos na pia do trabalho, ou transporte de mudas de roupas para todos os lados).

As e-bikes estão tomando conta das ruas em países da Europa e da Ásia, onde a cultura da bicicleta já era muito mais difundida do que no Brasil. Infelizmente, não pude viajar para ver esses exemplos um pouco mais de perto, mas duvido que um cicista de bike elétrica na China, por exemplo, seja visto como outra coisa que não um ciclista. Até porque aposto que a maioria das pessoas que compram bikes elétricas já tinham bikes convencionais antes.

A tecnologia está aí para nos ajudar minha gente. Vamos aproveitá-la!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Bike elétrica é bike?

Basta navegar um pouco nos sites de cilcoativismo para perceber que muito dos bikers de São Paulo tem sérias dúvidas quanto a eficiência das bicicletas elétricas.

O argumento principal é que as e-bikes não são bicicletas de verdade.

Em parte, a crítica procede porque as primeiras bikes elétricas que surgiram foram muito desvirtuadas.

A impressão que dá é que os engenheiros que desenvolveram os primeiros protótipos pensaram assim: "já que a gente vai colocar um motor e uma bateria, porque não aproveitar para acoplar um farol? Que tal um pisca-pisca? Retrovisores seriam legais!".

Todas as idéias parecem ótimas, mas trazem um problema crucial para uma bicicleta: peso!

Algumas bikes elétricas foram tão desvirtuadas que parecem apenas uma versão um pouco mais ecológica da velha e boa Mobilete.

Tive a oportunidade de testar uma dessas. Ela tinha uma carenagem sofisticada de plástico que até lembrava a motoneta da Caloi, mas pesava inacreditáveis 50 quilos! Era tão pesada que o motor não aguentava subir uma ladeirinha de nada, obrigando o ciclista a pedalar intensamente, correndo risco de parar no meio do caminho com língua de fora.

Mas acontece que muitos engenheiros também perceberam isso e trataram de queimar neurônios para tentar encontrar um ponto de equilíbrio entre as duas coisas.

É uma equação complicada. Sobre ela todas as empresas se debruçam quando estão projetando suas e-bikes.

Ela deve levar em conta, principalmente, o peso do motor e da bateria. Mas para a equação ficar completa também há de se considerar a autonomia obtida com o conjunto e, para isso, entram em cena fatores como a potência do motor e o material da bateria (eles acabam por determinar o peso, a capacidade de carga e o preço).

Pretendo tratar cada um desses temas separadamente, em posts futuros.

O que interessa aqui é que, por enquanto, nenhuma bike elétrica conseguiu chegar a uma fórmula que mantenha o peso próximo dos 15 quilos, a média da maioria das bicicletas convencionais do mercado.

Talvez isso pudesse ser obtido com quadros de fibra de carbono, mas aí entraria outro fator que também é crucial, o preço. Uma bike como essa ficaria muito cara.

A Bike que eu comprei pesa 25 quilos. Não é pouco, mas é viável pedalar com o motor desligado se for preciso. A velha e boa Barra Forte pesa 21 e os caiçaras andam para tudo quanto é lado com ela na praia (tá certo que são ajudados pela topografia do litoral, quase toda plana).

Mas a questão crucial é que as e-bikes NÃO são bicicletas comuns  e, portanto, não devem ser tratadas como tal.

Se a proposta é colocar um motor na bike, então, vamos rodar com o motor!

Ele sozinho não dá conta de todas as situações que um ciclista encontra pelo caminho e será preciso pedalar para superar os obstáculos. Mas com a ajuda do motor não se faz o mesmo esforço, ou seja, a bike fica mais "leve".

Voltemos à nossa equação: uma e-bike será melhor quanto mais o motor conseguir compensar o esforço do ciclista.

Motores muito fracos obrigariam o ciclista a fazer muito esforço. Motores potentes demais são muito pesados e exigem mais da bateria (nesse caso, ou se perde autonomia, ou será preciso adicionar mais baterias ao conjunto, o que aumenta demais o peso).

Dá para ver como a equação é complicada?

Ela ainda está longe de ser solucionada. Mas me parece apenas uma questão de tempo para que a tecnologia avance para resolvê-la.

O desenvolvimento de baterias mais eficientes e mais leves, por exemplo, é um campo vasto de pesquisa cada vez mais crucial para a construção de um mundo sustentável.

É inclusive algo que mobiliza a indústria automobilística, no projeto dos carros elétricos. Isso significa que terá grana de sobra para avançar nessa área.

Pelo menos nesse caso, o carro pode contribuir com as bicicletas.

Depois, a gente trabalha para convencer o povo de que não basta deixar de poluir para o carro se tornar viável nas grandes cidades. Dez milhões de carros elétricos podem deixar o ar respirável, mas continuarão a causar os mesmos congestionamentos de sempre.

Post Inaugural - uma decisão difícil


Comprei uma bike elétrica igual a aí de cima e resolvi criar esse blog para discutir algumas questões em torno desse meio de transporte. Tenho certeza que, num futuro próximo, as cidades estarão repletas delas. Aqui, pretendo abordar questões relacionadas à mobilidade urbana e à escolha pela bicicleta elétrica, além de trazer muita informação técnica sobre esse equipamento.

Mas gostaria de começar contando um pouco como cheguei à minha decisão de comprar uma bike elétrica.

Há pouco mais dois anos resolvi vender meu carro. O meu primeiro patrimônio, conquistado a duras penas com ajuda de um financiamento, de repente deixou de ter importância para mim. Estava cansado do trânsito, do preço da gasolina, do seguro, do estresse dos outros motoristas, enfim, estava cansado de ter carro.

As razões pra isso podem ser melhor compreendidas no excelente livro "Apocalipse Motorizado", organizado por Ned Ludd, mas para além dos motivos racionais, eu tinha um sentimento que pode ser reduzido em uma palavra: chega!

A idéia teve de ser amadurecida, mas bastou eu precisar de um pouco mais de grana para matricular minha filha em uma escola melhor (e mais cara) para eu colocá-la em prática. A minha família passou a ter um carro só. Ele fica com a minha mulher, já que a gente ainda precisa dele para viajar e me parecia penoso demais envolver ela e meus dois filhos pequenos (um deles recém nascido na época) em minha "aventura cidadã".

Carro vendido, passei a usar o transporte público. Sempre me interessei pela cobertura deste tema como jornalista e a idéia de ser um dos milhões de pessoas que se locomovem diariamente em trens, ônibus e metrôs me parecia bacana, apesar de conhecer bem a realidade precária dos sistemas de transporte em São Paulo. Pode parecer estranho, mas me seduzia a idéia de provar para mim mesmo que não precisava do carro para viver.

Assim, tem sido. Todos os dias vou e volto para o trabalho de busão. Seria exagero dizer que sofro, uma vez que faço um trajeto de sete quilômetros, com apenas uma condução e, em geral, não enfrento ônibus lotados. A disponibilidade de ônibus na linha também não é das piores.

Mas vamos enfrentar os fatos: o transporte público em São Paulo é ruim e caro. Por mês, gasto R$ 108 só para ir e voltar do trabalho. O trajeto é feito em meia hora, sendo quase a metade dele de caminhada. Mas de carro, por caminhos alternativos, conseguiria diminuir esse tempo pela metade e não gastaria muito mais dinheiro que isso. Não me arrependo da decisão por uma questão de pura consciência, mas abandonar o carro em São Paulo, na ponta do lápis, para a grande maioria das pessoas não vale a pena. É simples assim.

Alguns estudos mostram que essa conta fica mais vantajosa para o lado do transporte público quanto mais se aumenta a distância dos deslocamentos, mas o conforto do carro ainda é parece ser maior, ainda que ele permaneça parado no trânsito.

Muitos cicloativistas vão discordar dessa análise e apresentar o crescimento do número de ciclistas como um fato incontestável de que cada vez mais pessoas deixam seus carros na garagem e se aventuram pelas ruas de pedal justamente porque sim, vale a pena. Mas tenho a impressão que isso acontece muito mais por uma questão subjetiva, mais relacionada ao desepertar de uma consciência (ao longo prazo, a invasão contínua dos carros inviabilizará a vida na cidade), do que a uma visão mais imediatista, que sempre prevalece, de se fazer as contas de tempo e dinheiro perdido no trânsito.

É aí que entra a Bike Elétrica. Desde que vendi meu carro, andar de bicicleta parecia uma opção óbvia. Alguns amigos que já tinham adotado a bike no dia dia cansaram de me elencar motivos para adotar o mesmo estilo de vida. Falavam sobre o tempo economizado, sobre o exercício realizado, sobre a camaradagem entre os ciclistas...

Argumentos muito sensatos e cativantes, mas que esbarravam em dois grandes entraves. O primeiro é que eu moro em uma travessa da Av. Heitor Penteado e qualquer trajeto implica, necessariamente, em subir e descer ladeiras. Até aí, pernas para que te quero? Mas, então, surge o segundo entrave: eu tenho de trabalhar de terno e gravata e estar minimamente apresentável para aparecer diante de uma câmera de televisão.

"O que há demais nisso?" Perguntariam os ciclistas convertidos. "É só tomar um banho no trabalho, ou levar uma muda de roupa na mochila", argumantariam com assertividade. Pode até parecer frescura, mas não dá para negar que essa escolha não seja trabalhosa.

Um amigo faz isso todos os dias e classifica a compra da bike elétrica de pura viadagem de minha parte, mas omite o fato de tomar banhos na pia do banheiro e usar o cabelo quase raspado para não parecer muito suado quando chega ao trabalho.

Muitas pessoas com quem conversei, desde que iniciei minha pesquisa na compra da bike elétrica, há cerca de dois meses, me disseram que não aderiram a bicicleta justamente por conta desses problemas. Eles não são pequenos, implicam em mudanças penosas no estilo de vida que nem todo mundo está disposto a fazer. Muitas pessoas gostariam de ter um meio de transporte mais ágil, eficiente e saudável, mas se isso implicar em ter de levar roupa para cima ou para baixo, ou ter de fazer paradas estratégicas na frente do espelho antes de chegar a uma reunião no escritório de um cliente, elas vão preferir o carro. Isso já acontece, é fato!

Eu, sinceramente, acredito que a bike elétrica pode resolver essa questão. Há quem diga que a escolha por uma bike elétrica não se difere muito da compra de um moto. Pretendo abordar esse assunto em um post específico, mas a afirmação não é correta em pelo menos dois aspectos:

1) Motos e bicicletas são vistos pelos outros motoristas como coisas muito distintas. O porte, a velocidade e as características de cada veículo também propiciam experiências completamente diferente para quem dirige.

2) Bike, elétrica ou não, não polui. E isso é uma coisa importante numa cidade que mata lentamente seus habitantes por conta da fumaça expelida pelos carros e, principalmente, pelas motos.

É nisso que eu acredito, por isso comprei uma bike elétrica e decidi fazer esse blog.

Minha bike elétrica, no momento em que escrevo este post, deve estar dentro do baú de um caminhão vindo do Rio de Janeiro para São Paulo. Aqui, vou contar todos os passos da minha aventura pela cidade. Conto com sua participação para me ajudar a descobrir se estou certo.