quinta-feira, 23 de junho de 2011

Traí o movimento

Tenho uma confissão a fazer: voltei a andar de carro.

Antes que seja acusado de abandonar a causa pouco tempo depois de adotá-la, quero apresentar minhas justificativas.

Tenho dois filhos.

Há dois meses, quem os levava e trazia da escola era minha mulher, que trabalhava em casa.

Mas ela arranjou um emprego formal e precisou voltar para a redação, o que me obriga a buscar as crianças todo os dias no colégio.

Não dá para fazer isso sem carro.

Juro que tentei.

Não de bike, mas de transporte público.

Ônibus às seis da tarde é inviável com duas crianças pequenas. Taxi estava saindo uma fortuna.

O pior é que tudo isso coincidiu com a demissão da nossa "secretária do lar" e  um problema na bateria da minha bike, que passou a render bem menos.

Compramos um carro novo.

E carro, quando você tem, você usa.

Isso acontece em um momento em que a São Paulo discute se a bike é viável na cidade.

Depois conta da morte do Bertolucci, o assunto pegou fogo.

Até fiz umas matérias sobre o assunto, mas, como não gosto de misturar o meu ganha pão formal com esse blog, não vou entrar em detalhes.

Minha opinião sobre o assunto é expressa no conjunto da obra (se é que assim esses míseros escritos assim podem ser chamados).

Mas não deixo de lamentar essa mudança no meu estilo de vida.

Me restaram os rolês de fim de semana e o desgosto de contemplar minha pança no espelho toda manhã antes de colaborar com o "Apocalipse Motorizado".

3 comentários:

  1. Poxa cara que pena! É dureza mesmo, eu ainda não tenho filhos, mas imagino o dilema da vontade de pedalar e a segurança dos filhotes! Infelizmente a cidade não está preparada para as bikes, apenas para os carros. Eles nos forçam a isso. Mas tente manter o blog atualizado, tem trazido ótimas informações sobre as bikes elétricas! Felicidades!

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  2. Isso não é um motivo pra se sentir culpado!

    Acho que mais importante do que efetivamente usar a bicicleta no dia-a-dia é ter a consciência do papel da bicicleta nas cidades, é respeitar o trânsito, é se informar e saber que existem alternativas, mesmo que você não possa, no momento, utilizar nenhuma delas.

    Como parece que você já faz tudo isso, posso dizer que vc já está muito mais a frente do que a grande maioria das pessoas.

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  3. Valeu pessoal. Ainda vou dar um jeito de equalizar essa questão. Quero ver se consigo ao menos ir e voltar para o trabalho de bike. O problema é que a carga horária também está puxada, mas hei de vencer!!!

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