segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Bike Anjo, uma excelente idéia

Sempre afirmei aqui que mudar de meio de transporte (do carro para a bike) não deveria ser, necessariamente, uma mudança muito radical em nossas vidas. Banhos na pia do escritório, o fato de ter de carregar mudas de roupas e etc... são fatores que afastam as pessoas das magrelas. A bike elétrica resolve alguns desses problemas, mas não pode fazer nada quanto ao maior de todos eles: a selvageria do trânsito na cidade. Eis que surge uma iniciativa MUITO LEGAL para quem ainda está criando coragem para se aventurar em duas rodas São Paulo à fora: o Bike Anjo.

Tirei do Estadão:

Felipe Oda


Andar de bicicleta pelas ruas de São Paulo pode ser uma aventura perigosa para os ciclistas novatos - principalmente para os que querem adotá-la como um meio de transporte. Mas pessoas com pouca ou nenhuma intimidade com o pedal não precisam arriscar-se no trânsito: um grupo de ciclistas experientes criou o "serviço" de "bike anjos".
Eles ensinam manutenção básica e medidas de segurança no trânsito, traçam roteiros e acompanham os menos experientes nas primeiras pedaladas. E o melhor: não cobram pela aula.
"É feito totalmente na camaradagem. Parece clichê, mas o que nos move é a vontade de fazer uma cidade melhor", afirma o "bike anjo" Carlos Aranha, de 29 anos. "O objetivo é tirar mais um carro das ruas", completa o publicitário.
Deixar o carro na garagem durante a semana e assim evitar os congestionamentos motivou Tatiana Silva Capitanio, de 24, a andar de bicicleta. "Queria vir de bike para o trabalho, mas sempre tive muito medo de pedalar no trânsito", diz a publicitária. "Foi quando conheci o Carlos (Aranha). Começar com um "bike anjo" faz toda a diferença", afirma Tatiana, que há sete meses percorre de bicicleta os 4,5 quilômetros entre sua casa, no Planalto Paulista, região central, até o trabalho, no Itaim-Bibi, zona sul. Nas primeiras saídas, a publicitária era escoltada por Aranha. "Vou na porta da pessoa, checamos os equipamentos, conversamos sobre o caminho e a segurança. Quando vamos para a rua, a pessoa não se assustará tanto", diz Aranha.
O acompanhamento de um ciclista experiente também foi fundamental para a gestora ambiental Cristiane Brosso de Azevedo Melo, de 23 anos, começar a pedalar. "Comecei a procurar dicas na internet e encontrei o JP (João Paulo Amaral, de 24)."
Após uma troca de e-mails, os ciclistas combinaram uma "aula". "Todo mundo já passou pela situação de ser o novato. Comecei como "bike anjo" porque alguns amigos me pediam para ajudá-los. Mas hoje ensino qualquer um", afirma Amaral, que há dois anos adotou a bicicleta como meio de transporte. "Quando o ciclista entende que as leis de trânsito foram pensadas também para a bicicleta, ele se sente mais confiante", diz Aranha. A falta de condicionamento físico não é barreira. "Quando a pessoa é sedentária, nós evitamos subidas na hora de traçar a rota."
Internet. Os chamados de ajuda para os "bike anjos" podem ser feitos pela internet. "Andar de bicicleta altera a relação da pessoa com a cidade", afirma Amaral, que só em 2010 calcula ter "formado" 30 ciclistas.
Os "bike anjos" podem ser encontrados pelo site bikeanjo.wordpress.com ou no Twitter @bikeanjo. Na página da internet, há uma ferramenta que oferece um cadastro aos interessados em pedalar. Basta preencher um formulário com finalidade da ajuda, nome, idade e contatos. Depois do cadastro, a ficha é enviada para uma lista de ciclistas que poderão orientá-lo.

Um comentário:

  1. Excelente postagem. Havia lido isso em papel! E conheço pessoalmente o JP! Estou mesmo precisando ir para SP e bater papo com todos vocês, meu cicloativismo está explodindo! ;)

    Ricardo: eu postei os detalhes daquela máquina!

    Abraços!

    Fabio
    bikeseletricas.com.br

    ResponderExcluir