segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Absurdo!



O assunto tá mais que bombando na mídia, então temo chover no molhado. Mas não poderia deixar de expressar minha revolta com o que aconteceu em Porto Alegre.

A única coisa que tenho a acrescentar ao debate é que esse tipo de postura dos motoristas em relação aos ciclistas NÃO é uma atitude isolada.

Quem adota a bike como meio de transporte logo se dá conta disso.

Já fui vítima de agressão de motorista em movimentos da Massa Crítica em São Paulo. Escrevi o relato aqui.

Esse caso de Porto Alegre é emblemático porque o motorista simplesmente atropelou muitas pessoas, que exerciam o seu direito constitucional de se manifestar nas ruas em prol de uma causa na qual acreditam.

Mas é preciso chamar atenção também para as agressões diárias que sofremos por parte de gente que não aceita dividir o espaço público.

Gente para quem dirigir é uma maneira de exercer o poder, ou de descontar suas frustrações ou ainda de simplesmente ser sádico e mau.

Para essas pessoas só há uma resposta aceitável se quisermos viver em uma sociedade mais civilizada: o rigor da lei e da Justiça.

2 comentários:

  1. O Jorge, amigo de longa data, não conseguiu postar um comentário aqui e me mandou por e-mail. Reproduzo as palavras dele e respondo em outro comentário:

    "essa história é muito forte, mas é óbvio que está mal
    contada, ou contada apenas por um ponte de vista. Eu acredito piamente
    que o motorista teve aquela reação estúpida porque estava sofrendo
    agressões por parte de alguns ciclistas que não queriam dividir o
    espaço com o carro dele, simplesmente por ele estar com seu carro no
    local onde eles resolveram "exercer o seu direito constitucional de se
    manifestar nas ruas em prol de uma causa na qual acreditam", como se o
    cidadão também não tivesse o direito de estar ali com seu carro.
    Chutaram o carro, quebraram o retrovisor, ameaçaram ele e seu filho
    que também estava no carro... Veja bem, e por favor não me entenda
    mal, não estou defendendo o motorista. Sua reação foi a pior possível,
    uma idiotice completa, e ele merece ser punido na forma da lei. Apenas
    quero dizer que ele não é o único culpado. Os ciclistas que o
    agrediram são são tão culpados quanto ele, mas isso ninguém têm
    coragem de falar. A idiotice desses cilcista provocaram a idiotice do
    motorista, portanto esses ciclistas deveriam ser identificados e
    julgados como o motorista. Você discorda?
    Abraços,
    Jorge."

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  2. Jorge,

    Discordo totalmente da sua visão. Isso porque há uma relação de desigualdade entre as pessoas que estavam fazendo a manifestação e a atitude do motorista agressor.

    Ainda que tenham havido agressões por parte de ciclistas, a reação do motorista é insana e, como você mesmo admite, não justifica o ato – a meu ver, uma tentativa deliberada de homicídio.

    Os ciclistas se juntam em bicicletadas para ganhar voz, para serem reconhecidos como cidadãos que têm direito de ocupar as ruas bem como os donos dos automóveis. Como disse no post, as agressões sofridas por quem anda de bike são corriqueiras e diárias.

    Bikers da Massa Crítica formam uma minoria, esclarecida, consciente, politizada que age para conquistar espaço e o faz dentro dos limites garantidos pela Constituição.

    O motorista que se sentir agredido (e até onde se se sabe não foram agressões pesadas) tem todo direito de processar o movimento, de buzinar, de ficar puto, de mudar de caminho, chamar a polícia, o escambau, mas nao tem o direito de ceifar a vida de ninguém.

    Ele o faz porque se sentiu seguro de, na armadura do carro, enfrentar uma multidão de bicicleta. O faz porque o automóvel e a maneira de dirigi-lo funcionam, infelizmente em nossa sociedade, como um definidores da classe social, da visão de mundo, da pré disposição (ou não) de conviver com o diferente.

    Não se iluda, esse cara não foi agressivo porque estava acuado, ele foi agressivo porque essa foi a resposta que ele sempre deu para alguém que ousou ter uma atitude diferente da sua. O histórico de agressões que consta na ficha policial dele mostra isso claramente.

    Pelo seu argumento, os fazendeiros que mataram 19 sem terra no Pará apenas defenderam suas terras porque foram agredidos primeiro depois da ocupação da fazenda promovida pelo MST.

    Minorias desafiam o "status quo" e são frequentemente esmagadas por ousarem fazê-lo. Esse é só mais um exemplo de um maluco tentando, ele mesmo, contribuir para o que julga ser a "ordem" a "disciplina" na cidade.

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