segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Bicicletada elétrica

Escrevo este post com três dias de atraso porque a vida não tem me dado muito tempo livre para blogar, infelizmente.

Participei da última Bicicletada com a bike elétrica. Queria divulgar o blog e difundir o uso das e-bikes entre os cicloativistas.

O tema era "Bicicletada à fantasia". Fiz uma lâmpada de arame e prendi no capacete. A arte ficou bem meia boca, mas pude confeccionar um cartaz para colocar no capacete com o endereço do Pedal Elétrico, o que valeu o mico.

A única foto disponível é essa aqui, tirada pela minha mulher quando eu estava saindo de casa, rumo à Bicicletada. Pretendia levar a câmera, mas me organizei pra carregar a bateria da bike e esqueci de carregar a bateria da câmera!!!



Bom, a verdade era que eu estava me borrando de medo da bateria da bike acabar no meio do passeio  e eu passar vergonha tendo de pedalar loucamente para voltar para casa.

Como já disse em posts anteriores, bike elétrica é para ser usada com o motor (se não a coisa toda perde o sentido) e pedalar uma bike de 25 quilos durante um grande percurso, eu imaginava, não seria uma tarefa das mais edificantes.

Assim, me planejei para pedalar a maior parte do tempo no módulo auxiliar (veja post anterior sobre os modos de acionamento do motor), poupando a bateria. Pensei até em ir para a Paulista de metrô, mas fui dissuadido por um companheiro de pedal que foi comigo até a Bicicletada.

Me surpreendi muito, no entanto, ao perceber que é perfeitamente viável pedalar longos trechos com o motor desligado!!! Algo que não tiha percebido no meu dia a dia porque estou sempre atrasado, usando o motor para garantir uma velocidade considerável.

Como o ritmo da Bicicletada não passa muito dos dez quilômetros por hora e a galera não puxa muito a pedalada, ligava o motor na arrancada e logo passava o interruptor para a posição N (neutro), em que o motor é desligado. Mantinha, assim, a pedalada no ritmo das outras bikes.

O percurso todo fiz nessa toada, com exceção das subidas, quando usava o modo auxiliar (P no interruptor) em que o motor é acionado de acordo com as pedaladas.

Além da surpresa do desempenho da e-bike, me surpreendi também com a acolhida do pessoal da Bicicletada. Obviamente, não sobraram piadas com a bike "preguiçosa", mas muita gente veio tirar dúvidas sobre a bike elétrica, sempre no espírito da camaradagem que já tinha ficado explícito em outras Bicicletadas que frequentei com a bike comum.

Só uma coisa chata impediu que a noite fosse perfeita: quando estávamos na Avenida do Estado, em frente ao Gasômetro, houve um bate boca entre um dos muitos motoristas apressados que se irritam com o fato de ter de dividir o espaço da rua com ciclistas e alguns integrantes da Bicicletada. Já vi isso acontecer outras vezes, mas, neste caso, eu estava distraído conversando com um amigo. De repente, ele tentou sair para a direita e jogou o carro em cima de mim, batendo na minha bike e amassando completamente meu paralama traseiro.

 O episódio me fez recordar das piores experiências no trânsito e simbolizou tudo o que eu quero que acabe nessa cidade.

Ainda deu para desamassar o paralama e terminar a noite com um chopp na Prainha, ao lado de um amigo, na tentativa de esquecer o episódio. Não rolou! Mas fica a lição de que a mudança no trânsito só será possível se a gente civilizar também certos trogloditas que são capazes do jogar o carro para cima dos outros para ganhar cinco minutos em seus percursos de volta para casa.

Esse blog surgiu a partir da premissa de que a tecnologia pode ajudar a mudar o conceito de mobilidade urbana na cidade de São Paulo, mas a mudança maior, não resta dúvidas, depende de educação.

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